Evento tem como tema principal a Retomada de Terras pela Comunidade Tupinamba
A Retomada de Terras pela Comunidade Tupinambá é o tema principal do IV Seminário Internacional de História e Cultura Indígena – Índio Caboclo Marcelino, que aconteceu de 27 a 30 de setembro de 2012, nas Aldeias Itapoã e Gwarini Taba Atã, em Olivença (BA). Durante toda a semana, alunos indígenas dos laboratórios de apropriação de Artes e Tecnologia do projeto OCA Digital, os “oqueiros digitais”, farão a cobertura colaborativa do evento pelo portal ocadigital.art.br.
O projeto OCA Digital é realizado pela Thydêwá e Cardim Projetos e Soluções Integradas, com o Patrocínio da Telefonica e Vivo; conta com o apoio financeiro do Fundo de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia; e apoio da Cambuí Produções, do Pontão de Mídia Livre Esperança da Terra, e do Programa Cultura Viva/Ministério da Cultura.
O Seminário Caboclo Marcelino aconteceu no sul da Bahia, onde os povos Tupinambá, Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe lutam pela demarcação de suas terras ancestrais e sofrem criminalização e perseguições. O processo mais recente aconteceu em julho deste ano, quando o povo Tupinambá de Olivença, cansado por esperar uma demarcação oficial, iniciou uma retomada pacífica de parte de seu território ancestral, nas terras conhecidas como Santana.
Potyra Tê Tupinambá, no livro “Índios na Visão dos Índios – Memória”, que foi lançado no dia 28 de setembro, na Aldeia Itapoã, durante o IV Seminário Caboclo Marcelino explica um pouco da visão indígena: “para a sociedade capitalista, a terra e seus produtos são utilizados como objeto de lucro e mercadoria. Para nós indígenas, a terra é o lugar no mundo com o qual estabelecemos uma relação de intimidade e de diálogo, onde a queda d’água, o rio, aquela serra, aquela árvore e aquela pedra são testemunhas de nosso passado, de nossa memória”.
A autodemarcação retomou cerca de 20 fazendas, dominadas pela monocultura do cacau, palmito e pela agropecuária. Ao longo dos anos, os índios acabaram trabalhando nestas fazendas em regime de semiescravidão, repetindo uma condição histórica iniciada com a chegada dos portugueses ao Brasil.
“O Povo Tupinambá que diziam ter sido exterminado há séculos, hoje se levanta e luta por justiça. Estivemos durante muito tempo escondidos, mas sem esquecer a nossa essência, sem esquecer nossos rituais e crenças. Sem esquecer a nossa história, história de luta e de massacres. Hoje lutamos pela demarcação de nosso Território Tradicional, mas o Estado Brasileiro não cumpre com seu dever de demarcar e então temos que fazer a nossa autodemarcação”, completa Potyra.
OCA DIGITAL
“A OCA Digital funcionou como uma Célula de Inteligência Coletiva, onde converge e dialoga a diversidade cultural”, diz o coordenador do projeto e presidente da ONG Thydêwá, Sebastián Gerlic. A ONG Thydêwá vem trabalhando com esse conceito desde 2005 quando formalizou seu convênio como Ponto de Cultura Viva: “Índios On-Line”. O projeto Oca Digital prevê a realização de oficinas entre março e outubro de 2012. A prática é focada na apropriação das tecnologias digitais por parte dos jovens indígenas que as utilizam em beneficio de suas comunidades.
Para saber mais sobre o livro: http://www.thydewa.org/memoria
Para saber mais sobre o Seminário: seminariocaboclomarcelino.blogspot.com.br
Para saber mais sobre a ONG Thydêwá :http://www.thydewa.org/
Para saber mais sobre a Oca Digital:http://ocadigital.art.br/e https://www.facebook.com/OCADIGITAL.ART.BR
Para saber mais sobre informações indígenas por eles próprios; http://www.indiosonline.net/
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