Todos que trabalhamos com Cinema e Audiovisual no Brasil e todos cidadãos informados sabemos que o acesso a produção deste setor, ou seja, distribuição e a exibição, só existe praticamente em shopping, ou seja, é uma vergonha para o pais, o ponto mais fraco de todo audiovisual. Mesmo assim, no Brasil, milhares de iniciativas de movimentos sociais, de associações representativas da sociedade trabalham, resistem, levando o cinema, a produção brasileira, de curtas e longas, para suas comunidades, para que elas sobrevivam a um mundo de violência e abandono do Estado, em educação e cultura.
O mínimo que conhecemos de politica cultural para o acesso ao audiovisual que fortalece este trabalho voluntário de associações, reconhecidas legalmente pela ANCINE como cineclubes, é o CINE MAIS CULTURA, que possibilitou equipar, qualificar e disponibilizar acervo de filmes brasileiros a mais de 1500 associações do sertão, de comunidades da floresta, ribeirinhas, e comunidades de periferia. Na Bahia, somos em torno de 200 cineclubes, e mesmo não tendo nenhum incentivo governamental para sua sustentabilidade, SOBREVIVEMOS, e a metade, ou seja, cerca de 100 cineclubes exibe regularmente toda semana.
O principal público são as crianças e a principal parceria é das Escolas.
PRECISAMOS ALERTAR TODA SOCIEDADE E PEDIR UM ESCLARECIMENTO AO MINC, através de sua Ministra Ana Buarque de Hollanda, apesar da Secretaria de Audiovisual MINC, ter se comprometido, publicamente, a ajudar os cineclubes a realizar o SEMINÁRIO CINECLUBISMO- CINEMA E EDUCAÇÃO, como forma de aproximar o mundo da Educação ao mundo da Cultura, potencializando estes cineclubes que já atuam com as escolas, unificando procedimentos do MINC e MEC e economizando recursos, aparece agora a divulgação de uma proposta de um programa CINE EDUCAÇÃO, que não trabalhará com nenhum destes CINECLUBES, cujos recursos governamentais ajudaram a equipar com o CINE MAIS CULTURA, mas com recursos indo para uma só ONG de São Paulo. Ou seja, além de não ajudar toda esta rede voluntária, experiente, e representativa de várias partes e diversidades culturais do país, despreza todo recurso público aplicado em um PROGRAMA DE GOVERNO DURANTE ANOS. E PIOR, DECEPCIONA A EXPECTATIVA CRIADA COM O COMPROMISSO ASSUMIDO PELO MINC COM ESTE MOVIMENTO, ATRAVÉS DE SUA ENTIDADE NACIONAL – O CONSELHO NACIONAL DE CINECLUBES, DE FORTALECER A RELAÇÃO DOS CINECLUBES COM A EDUCAÇÃO.
A situação é ainda mais grave quando compromissos legais, assumidos por 17 Editais, já realizados, e, já selecionadas mais de 400 entidades para serem contempladas pelo CINE MAIS CULTURA, com estes equipamentos de exibição e filmes brasileiros da Programadora Brasil, e até agora nada foi feito, correndo o risco destas entidades não receberem seus prêmios, como aconteceu com Pontos de Cultura, se passado muito tempo e se caracterizar a perda do “objeto”. Na Bahia temos nesta situação, cineclubes de Lauro de Freitas, em Edital do MINC com a Prefeitura deste Município.
A UNIÃO DE CINECLUBES DA BAHIA solicita da Ministra um posicionamento público para a resolução destes dois problemas, que demonstram total descompromisso com a crítica realidade do acesso ao Audiovisual do país, e descaso com o dinheiro público, e com a rede de associações REPRESENTATIVAS da sociedade, a maioria da população mais vulnerável.
GLECIARA RAMOS
REPRESENTANTE INSTITUCIONAL DA UCCBA
Estamos perplexos com tal atitude e falta de comprometimento. Como podemos acreditar num programa ou algo vindo de um governo? É preciso fazermos um movimento sério para que cumpram com o estabelecido..."já não somos quase nada e desta forma nada seremos ainda mais". Valeu Gleciara pelo posicionamento na defesa dos cineclubes.
ResponderExcluirCine Clube Professor Ralile - Ponta de Areia (Caravelas-Bahia) wwwfundacaoralile.blogspot.com