domingo, 30 de março de 2014

A União de Cineclube da Bahia (UCCBA) lança projeto Segundas Cineclubistas voltado para público escolar


projeto Segundas Cineclubistas começou segunda (24), às 9h, na sala Walter Silveira, no Complexo Cultural dos Barris, idealizado pela União de Cineclubes da Bahia (UCCBA) junto com a Diretoria de Audiovisual da FUNCEB (DIMAS) para formar novos cineclubistas em Salvador (BA) e sua abertura foi com o filme “Um céu de estrelas” (1996), da cineasta Tata Amaral. A Mostra Lutas e Luto! - Cidadania no Brasil: uma história em construção, elaborou exibições semanais nas segundas e terças-feiras deste mês até setembro com programação que percorre as temáticas mulheres, diversidade, meio ambiente e movimentos sociais. Ao total, serão 25 sessões, com 25 exibições gratuitas, para dá gás aos novos cineclubistas do município.
Cineclubismo em expansão
O cineclubismo é uma prática que envolve a democratização do acesso a filmes, experimentação da linguagem cinematográfica, aprendizado social e cultural e que incentiva a produção de filmes de baixo custo. “Existe uma falta de acesso aos filmes que estão focados, em sua maior parte, em shoppings e não na rua ou na periferia”, afirma a coordenadora do projeto, Gleciara Ramos. Como exemplos de cineclubes que funcionam nas periferias de Salvador, fazendo uma mudança no cotidiano de jovens e adultos, a coordenadora lembra a parceria do projeto com o Cineclube Jaguatirica – itinerante, CineCeafro, atuante junto ao Centro de Estudos Afro no 2 de Julho, Cine Imaginário do Pelourinho, o Clã Periférico que exibe no Bairro da Paz e o Cine Manga Rosa na Ilha de Mar Grande, todos participantes da União de Cineclubes da Bahia. O projeto conta ainda com a parceria com a produtora Laboratório Audiovisual, responsável pela curadoria e para o material pedagógico impresso – críticas e aproveitamento pedagógico.
Cinema e educação
Para o professor e integrante do Cine Imaginário, Jorge Souza, debatedor convidado para as sessões do projeto, o cinema é a junção de imagem e som que traduz diversas expressões artísticas trabalhadas em sala de aula. “O conteúdo dos filmes tem diversidade cultural e artística de disciplinas escolares articuladas na linguagem cinematográfica”, explica o professor. “Porém, essa aproximação entre cinema e educação se pauta em compreensões pedagógicas libertárias e por este caminho a curadoria opta por filmes que viabilizem a abordagem de personagens sob as óticas da individualidade ou singularidades – se preferirem, da alteridade e da sociedade”, afirma uma das curadoras do projeto Daniela Fernandes.
Formação de Cineclubistas
O projeto prevê, além da exibição de filmes, a distribuição de material de aproveitamento pedagógico e crítica cinematográfica. Para a sessão do dia 24, o texto de aproveitamento pedagógico será elaborado pelo professor da rede municipal de ensino Danilo Cruz e a crítica cinematográfica por André Araújo, produtor e mestrando em Cultura e Sociedade. O passo da formação cineclubista também conta com apoio de redes sociais online para acompanhamento de interessados em formar seus próprios cineclubes.


Apoio:

O filme dos malucos

As últimas cenas do documentário Malucos de Estrada, produzido pelo Coletivo Beleza da Margem, foram feitas em Arembepe, o santuário do movimento hippie localizado a 25 km de Salvador. O diretor Rafael Lage, que passou três anos percorrendo o país para realizar o filme, observa que no Brasil a melhor tradução para “hippie” é “maluco”. É desse modo que a galera se reconhece: “Digaí, maluco!” (E viva, Raul Seixas!)

O longa não será lançado no circuito comercial de cinema. Será disponibilizado livremente na internet, sem restrições, para exibição em escolas, cineclubes, praças, em casa.

Com o farto material em fase de edição, o coletivo está recebendo contribuições através do sistema de crowdfunding (campanha de financiamento colaborativo) no MobilizeFB, em www.mobilizefb.com/malucosdeestrada. Veja o vídeo com trechos do filme e campanha:


Em 2013 houve proposta de um estilista para utilizar a estética dos malucos de estrada em sua coleção outono-inverno a ser apresentada no Rio Fashion Week. Como contrapartida haveria grande visibilidade para o filme e alavanca financeira para concluir as filmagens. Mantendo a coerência com a filosofia de vida dos malucos, o coletivo deu a seguinte resposta. veja no link: 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Indígenas de oito povos se reúnem para criar a rede de Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste

Potyra Tê, diretora executiva da Thydêwá, debaterá, junto com outros indígenas Tupinambá, a realidade Tupinambá hoje
Na terça-feira, dia 25, terá início o primeiro encontro do programa Mensagens da Terra na sede do Pontão Esperança da Terra, em Olivença, Bahia. Indígenas de 08 comunidades do Nordeste – Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá (BA), Pankararu (PE), Xokó (SE), Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô (AL) – se reunirão para debater o funcionamento e práticas de gestão dos Pontos de Cultura que serão implantados pelo programa.

O Mensagens da Terra, de autoria da ONG Thydêwá e com o apoio do Ministério da Cultura, visa capacitar 100 Agentes Indígenas de Cultura Viva no uso das tecnologias de informação e comunicação para agirem a favor do Planeta e de suas comunidades. Os indígenas participarão de uma formação continuada, presencial e a distância, no decorrer de três anos, com o objetivo de fortalecer suas culturas e melhorar a Educação, Cidadania, e Sustentabilidade em suas comunidades.

No encontro, através de metodolodia aberta e participativa fundamentada nas Rodas de Conversas, serão abordados temas como o valor da cultura indígena, identidade, diversidade cultural, cultura da paz, cidadania, sustentabilidade,entre outros. Nas rodas, cada participante partilha seu ponto de vista, sua experiência, seus sonhos e seu futuro; a vivência, a fala e os rituais são tidos como elementos fundamentais para a compreensão da cultura particular de cada comunidade.

O encontro contará também com a presença de visitantes que contribuirão para a criação de uma partilha pluricultural e multiétnica. Entre eles, Pedro Vasconscelos, Diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura; Débora Castro, consultora de culturas indígenas e coordenadora geral de Programas e Projetos Culturais (CGPPC); Lula Dantas, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC); Bruno Tarin e Laila Sandroni, encarregados de realizar os Diagnósticos Situacionais do Programa Mensagens da Terra.

Este é o primeiro dos 06 encontros presenciais de 40h que ocorrerão durante a duração do Programa. Serão realizadas também oficinas em cada um dos Pontos de Cultura Indígenas e será criada uma Comunidade Virtual de Aprendizagem – um espaço onde os participantes poderão construir conhecimento e trocar experiência através da partilha em rede na internet.

“Desejamos que as comunidades se empoderem dos Pontos de Cultura Indígena e consigam fazer uma gestão para que as melhorias cheguem em suas comunidades”, disse Potyra Tê Tupinambá, sócia e diretora executiva da Thydêwá, em meio aos preparativos para o primeiro encontro, anunciando as expectativas para os três anos de projeto que estão pela frente.

Serviço:
O quê: I Encontro do Programa Mensagens da Terra
Quem: Um produção da Organização Não-governamental (ONG) Thydêwá, com o apoio do Ministério da Cultura (MinC), com a parceria e a participação de 08 comunidades indígenas do Nordeste
Quando: 25 a 29 de março de 2014
Onde: Sede do Pontão Esperança da Terra (Thydêwá), em Olivença, Ilhéus (BA).
Sugestões de fonte: Sebastián Gerlic (presidente da Thydêwá); Potyra Tê Tupinambá (indígena Tupinambá e diretora executiva da ONG)
Mais informações: www.thydewa.org

Canto dos Malditos na Terra do Nunca segue para Jequié e Ilhéus

A banda baiana Canto dos Malditos na Terra do Nunca, formada por Andréa Martins (voz), Helinho Sampaio (guitarra), Danilo Castor (guitarra), David Castor (baixo) e Joca Alcântara (bateria), continua sua inédita circulação em cidades do interior da Bahia, na turnê O Que Te Faz Voltar, que passará por um total de oito municípios. As próximas paradas serão neste final de semana: Jequié (29/3) e Ilhéus (30/3). Por fim, Teofilândia (12/4) e Feira de Santana (13/4) encerrarão a viagem, depois de também já terem tocado em Bom Jesus da Lapa, Caetité, Vitória da Conquista e Camaçari. Em cada passagem, artistas locais fazem apresentações de abertura, em eventos sob o comando executivo de produtores também das cidades, num intercâmbio de sonoridades e experiências do rock do estado. Os ingressos têm o preço popular de R$ 5 + 1 quilo de alimento não perecível – e as doações são feitas para instituições sociais de cada localidade.

Criada em 2003, a Canto dos Malditos permaneceu na ativa até 2007, período em que conquistou destaque no cenário nacional com seu homônimo disco de estreia, lançado pela Warner Music, gravado no estúdio Toca do Bandido, no Rio de Janeiro, e produzido por Miranda, em parceria com Tomaz Magno. Em 2006, a CMTN foi indicada como banda revelação ao prêmio Video Music Brasil da MTV pelo clipe Olha Minha Cara, que figurou durante meses entre os mais pedidos da programação da emissora.

Imagens Carla Galrão
Além de ter tocado em importantes festivais brasileiros, como o Festival de Verão de Salvador, Claro que É Rock e Abril Pro Rock, e em alguns dos principais espaços do país – como o Credicard Hall, no Rio de Janeiro; Anhembi, em São Paulo; Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda; Concha Acústica e Parque de Exposições, em Salvador –, o grupo chegou a dividir palco com atrações internacionais como Placebo e Simple Plan, e ainda nomes como Ira! e Nando Reis, cujo DVD Luau MTV contou com a participação de Andréa.

Em 2012, o CMTN se reuniu novamente, após quase cinco anos da sua dissolução. O anúncio da volta gerou grande repercussão entre seus admiradores, que somam mais de 30 mil seguidores na página do Facebook e chegam a marcar mais de 1 milhão de visualizações de seus clipes disponíveis no YouTube. No repertório deste show nostálgico, estão todas as canções autorais lançadas no primeiro álbum e dois EPs.

A turnê O Que Te Faz Voltar é apoiada pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA), através do Edital Setorial de Música, financiado pelo Fundo de Cultura.

Os shows – A turnê circula por oito cidades de diferentes territórios de identidade da Bahia. A circulação começou no oeste baiano, em Bom Jesus da Lapa, no dia 14 de março, com show de abertura de Thunga Marques. Em 15 de março, foi a vez de Caetité, no Sertão Produtivo, com shows de abertura das bandas The Rock City e Natural Hate. Já no dia 16, Vitória da Conquista recebeu a turnê, com abertura de Nobres Companions. Depois veio Camaçari, em 23 de março, com abertura de Ladrões Engravatados e Declinium.

Neste final de semana tem parada dupla. No sábado, 29 de março, às 20 horas, a CMTN aporta no território do Médio Rio de Contas, na cidade de Jequié, no Espaço Shineray, com três bandas de abertura: Semente Nativa, De Brinquedo e Neubera Kundera. No dia seguinte, domingo, 30, às 17 horas, o show é em Ilhéus, no Litoral Sul, com Dr. Imbira, na Tenda do Teatro Popular de Ilhéus.

No último final de semana da turnê, em abril, os shows acontecem em Teofilândia, no território do Sisal, no dia 12, às 20 horas, no Disbeq Fest, com abertura de Human e Wizard Heart; e em Feira de Santana, no Portal do Sertão, no dia 13, às 16 horas, noAntiquário Pub, com abertura de Novelta e Insert a Coin.

Turnê O Que Te Faz Voltar
Canto dos Malditos na Terra do Nunca

JEQUIÉ
Abertura: Semente Nativa, De Brinquedo e Neubera Kundera
Quando: 29/3 (sábado), 20 horas
Onde: Espaço Shineray (Av. Landulfo Caribé, 189 – Centro)

ILHÉUS
Abertura: Dr. Imbira
Quando: 30/3 (domingo), 17 horas
Onde: Tenda do Teatro Popular de Ilhéus (Av. Soares Lopes)

TEOFILÂNDIA
Abertura: Human e Wizard Heart
Quando: 12/4 (sábado), 20 horas
Onde: Disbeq Fest

FEIRA DE SANTANA
Abertura: Novelta e Insert a Coin
Quando: 13/4 (domingo), 16 horas
Onde: Antiquário Pub (Rua General Mendes Pereira, 202 – Ponto Central)

Ingressos: R$ 5 + 1kg de alimento não perecível

Apoio financeiro: FUNCEB/ FCBA/ SecultBA

Tupinambás realizam etnomapeamento do território indígena no Sul da Bahia

Com o projeto Espalha a Semente, Tupinambás de Olivença fazem uma cartografia afetiva do seu território e apontam as fronteiras da demarcação

O projeto "Espalha Semente - Etnomapeamento Tupinambá" vai realizar uma cartografia do território indígena Tupinambá contando histórias e compartilhando imagens na aldeia nos dias 21 a 30 de março.

Com oficinas de audiovisual, fotografia, cultura digital, etnojornalismo e georeferenciamento, a cartografia do território será povoada pela memória afetiva dos tupinambás, pela demarcação do espaço físico e simbólico das terras que será feito por uma equipe de colaboradores das áreas de antropologia, geografia, tecnologias digitais, cinema e comunicação, junto com os indígenas.

O aldeamento tupinambá foi criado em 1680. Mais de 300 anos depois, eles são oficialmente reconhecidos como indígenas pela Funai e em 2009 tem início o processo de demarcação do território, que ainda não se concluiu.

Jaborandy Tupinambá, articulador do projeto na aldeia, ressalta a importância do momento para a luta indígena e diz que a questão do território não pode ser tratada com a presença do exército – que hoje ocupa a aldeia, mas dialogando com os parentes tupinambás e suas histórias.

O “Espalha a Semente - Etnomapeamento Tupinambá" conta com o apoio da Assessoria de Culturas Digitais da Secretaria de Cultura da Bahia.

Siga o caminho tupinambá no mapa!
#espalhasemente #etnomapeamento #tupinambá #culturadigital
TUPINAMBA

Os Tupinambás de Olivença vivem num aldeamento indígena de que se tem notícia pelas fontes coloniais de que existe desde o ano 1680, fundado por missionários jesuítas, mantém-se na região de Mata Atlântica do sul da Bahia, nas proximidades da cidade de Ilhéus e se estende da costa marítima da vila de Olivença até a Serra das Trempes e a Serra do Padeiro.

Envolvidos num contexto de integração regional, marcado pelo contato com outros povos, os Tupinambá de Olivença consideram-se “caboclos” ou mesmo “índios civilizados”, mas isso nunca significou um abandono de sua condição indígena, como aponta o Instituto Sócio Ambiental.

Em 2001, os Tupinambá de Olivença foram reconhecidos oficialmente como indígenas pela Funai. A primeira fase de demarcação do seu território foi em 2009 com a publicação do resumo do relatório de identificação e delimitação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença. O processo de demarcação passa por grandes conflitos no território. Agora, os Tupinambás estão num processo de auto-demarcação de suas terras e o Espalha a Semente – Etnomapeamento Tupinamba esta colaborando!


Apoio:

Dia Mundial do Teatro - PROGRAMAÇÃO EM ITABUNA

Em parceria com o "Teatro Popular e Interculturalidade - UESC", o COLETIVO GAMBIARRA DE TEATRO realizará o "Multifacetada 2014". O evento é em comemoração ao Dia Mundial do Teatro e Dia Nacional do Circo, e conta com três dias de programação:

Dia 27 de março - QUINTA FEIRA 
-20:00h – Palestra com Pawlo Cidade e mesa redonda (Colégio AFI)

Abrindo a programação do "Multifacetada 2014", teremos uma palestra de Pawlo Cidade sobre o tema "[RE(Des)]Construção do Fazer Teatral Grapiúna", abordando o subtema ""O diálogo entre classes, grupos e artistas livres."

Pawlo Cidade é ilheense, nascido a 23 de junho de 1968, graduado em Pedagogia pela UESC, pós-graduado em Metodologia da Educação Ambiental. Ator, produtor, autor e diretor de Teatro. Autor de vários livros infanto juvenis. Entre eles: “O Caminho de Volta”, “O Tesouro Perdido das Terras do Sem Fim”, “Mistério na Lama Negra” e “A Batalha dos Nadadores”. Como autor de teatro publicou: “A Casa de Santinha,”, “O Sequestro dos Raios de Sol e “Berlinha.” Recentemente lançou o romance: “O Santo de Mármore”; é membro da Academia de Letras de Ilhéus (cadeira 13) e da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais - SBAT; presidente do Conselho Municipal de Cultura de Ilhéus, membro do Conselho Estadual de Cultura e presidente do Colegiado Setorial de Teatro da Bahia. Entre os trinta espetáculos de teatro que escreveu e dirigiu até 2012, destaque para: “Cangaço”, “Professor Clown” e “Capitães do Morro.” É especialista em Projetos Culturais pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Getúlio Vargas.

Dia 28 de março (Colégio AFI) SEXTA FEIRA
-19:00h – Oficinas

CONFIRMADOS:
MOVIMENTO, TEATRO E DANÇA COM EGNALDO FRANÇA
MASCARAS COM WASHINGTON SANTOS
JOGOS TEATRAIS EM VIOLA SPOLIN COM ROBERT MONTELEONE "BOB"
MITO E TEATRO GREGO COM ALDINETO MIRANDA

Dia 29 de março - SÁBADO (Concentração no Jardim do Ó)
-09:00h – Caminhada Multifacetada

terça-feira, 18 de março de 2014

Final call for entries for the FICA 2014 - Última chamada para Inscrições FICA 2014

Header FICA 2014 
 

Final call for entries for the FICA 2014, Brazil. Deadline Thursday of next week, March 20th! Hurry up, you still have time to submit online and send online link or post until the 20th. Make sure to use a postal service that you can have a tracking number!
FICA, the International Environmental Film and Video Festival is now accepting entries for its 2014 edition. The entry deadline is March 20th, 2014. The festival takes place in the town of Goiás (UNESCO World Heritage), in Brazil and this year will be held from May 27th to June 1st. 
Films (35mm), videos and TV series on environmental issues produced after January 1st, 2012, can be submitted online on our website: http://fica.art.br/fica-2014/regulationregistration/
Films and video in competition will contest to win some of the R$240.000,00 (around €73,100.00) to be awarded.
For further information do not hesitate to contact us:
prodeurope@gmail.com / prodeurope@fica.art.br
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O FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental está com suas inscrições abertas para a sua edição de 2014 até o dia 20 de março de 2014. O festival que acontece na cidade de Goiás, Brasil, esse ano será realizado de 27 de maio a 1 de junho.
Filmes (35mm), vídeos e série televisivas, todos com temática ambiental e produzidos a partir de 1 de janeiro de 2012, podem se inscrever no nosso site: http://fica.art.br/fica-2014/regulamentoinscricao/
As obras selecionadas para a mostra competitiva concorrem aos prêmios oferecidos com valor total de R$240.000,00 (aproximadamente €73,100.00). 
Para mais informações entre em contato conosco:
prodeurope@gmail.com / prodeurope@fica.art.br
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El FICA, Festival International de Cine y Vídeo Ambiental, está ahora con sus inscripciones abiertas para la edición 2014 hasta el 20 de marzo de 2014. El festival acontece en la histórica ciudad de Goiás, Patrimonio Mundial por la UNESCO, en Brasil, y este año tendrá lugar del 27 de mayo al 1 de junio. 
Películas (35mm), vídeos y serie televisivas, todos con temática ambiental y producidos después de 1 de enero de 2012 pueden ser inscritas en nuestra página web: http://fica.art.br/fica-2014/reglamentoregistro/
Las obras seleccionadas podrán optar a premios por un monto total de R$240.000,00 (aproximadamente €73,100.00).
Para más informaciones no duden de ponerse en contacto con nosotros:
prodeurope@gmail.com / prodeurope@gmail.com
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Le FICA – Festival International de Cinéma et de la Vidéo d’Environnement, reçoit des inscriptions pour son édition de 2014 jusqu’au 20 mars 2014. Le festival a lieu à la ville de Goiás (classée Patrimoine Mondial par l’UNESCO), au Brésil, et cette année sera réalisée du 27 mai au 1er juin. 
Films (35mm), vidéos et série de télé, ayant pour thème l’environnement, produits après le 1er janvier 2012 peuvent s’inscrire sur notre site internet: http://fica.art.br/fica-2014/reglementdenregistrement/
Les oeuvres sélectionnées pourront remporter l’un des prix, dont le total s’élève à R$240.000,00 (environs €73,100.00).
N’hésitez pas à nous contacter pour tout renseignement complémentaire:
prodeurope@gmail.com / prodeurope@fica.art.br
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Fabiana Duarte
FICA - Internacional Environmental Film and Video Festival
International Production Manager
prodeurope@gmail.com
prodeurope@fica.art.br
www.fica.art.br
cel: +55 61 8280 1207
fax: +55 62 3224 2642

Polo Cinematográfico de Paulínia oferecerá cursos técnicos gratuitos no setor audiovisual

O presidente do CBC – Congresso Brasileiro de Cinema, João Baptista Pimentel Neto visitou Paulínia onde foi recebido pela atual Secretária Municipal de Cultura, Monica Trigo.

A secretária municipal de Cultura de Paulinia, Monica Trigo e o Presidente do CBC – Congresso Brasileiro de Cinema, João Baptista Pimentel Neto

Na oportunidade, além de confirmar a notícia da retomada dos editais de apoio a produção de curtas e longa metragens nacionais promovidos pela Prefeitura local através do Polo Cinematográfico, a secretária detalhou várias outras medidas que vêm sendo tomadas objetivando retomar o projeto original do Polo, abandonado pela administração anterior.

Entre as providências merece destaque a que resultará na implantação de cursos técnicos gratuitos para formação de profissionais para atuar nos mais variados segmentos do audiovisual. Ainda segundo Monica, a implantação dos cursos já foi autorizada e conveniada junto ao MEC – Ministério da Educação e deverá ter início ainda no segundo semestre deste ano.

Outra boa notícia foi a confirmação da retomada da realização do Festival de Cinema de Paulínia, previsto para acontecer no mês de julho. Finalmente, visando oferecer à comunidade de Paulínia e região uma programação permanente, a secretária informou que está apoiando a implantação de um cineclube, que será organizado e programado pela sociedade civil.

Após destacar a importância destas iniciativas, o Presidente do CBC – Congresso Brasileiro de Cinema solicitou a secretária que parabenize o Prefeito Edson Moura Filho pela decisão de retomar as atividades do Polo Cinematográfico de Paulínia e o apoio que tal fato representa para o desenvolvimento da atividade audiovisual não só no Estado de São Paulo, mas para todo o Brasil.

II Encontro de Pontos de Cultura da Bahia

Hino de Batutas de São José - Babi Jaques & Os Sicilianos e Maestro Spok

Em homenagem aos 80 anos do bloco de carnaval Batutas de São José, a banda Babi Jaques & Os Sicilianos convida o Maestro Spok para fazer uma nova versão do "Hino de Batutas de São José" de João Santiago. O Videoclipe faz parte do documentário "Sabe lá o que é isso", uma parceria entre Babi Jaques e Os Sicilianos e a Candiero Produções Adiovisuais, dirigido por Wilson Freire. O documentário tem como mote principal uma discussão acerca das inovações estéticas ocorridas com o frevo ao longo de sua história. Ainda dentro da narrativa, ele conta um pouco dos 80 anos de resistência do bloco Batutas de São José, da destruição física do bairro de São José na década de 70, da história do carnaval de rua do Recife e da relação dos membros da banda com a música pernambucana. A produção conta com a participação do jornalista José Teles, do Maestro Spok, do escritor e compositor Marcelo Varela e do radialista Hugo Martins, conhecido como "a enciclopédia viva do frevo".

Irê Irê (Kaniôre) - Lumumba/Antônio Carlos Tc

Artista: Lumumba
Música: Irê Irê (Kaniôre) - Lumumba/Antônio Carlos Tc

Lumumba - voz e guitarra
Israel Che - guitarra
Christian Euzebio - baixo
Carlos Caçapava - percussão
Dudu Marques - bateria

Produzido no Estúdio 185
Câmera: Beto Mendonça
Edição e finalização: Beto Mendonça e Jeannine Gentile
Direção: Beto Mendonça



Audiovisual produzido retrata a marcha dos povos da Cabruca e da Mata Atlântica em apoio ao povo indígena Tupinambá - Sul da Bahia - Brasil

Caminhada em direção a Aldeia Serra do Padeiro do povo Tupinambá de Olivença. Atividade da Marcha dos povos da Cabruca e da Mata Atlântica ocorrida no período de 14 a 16 de março de 2014. Promovida pela "Teia Agroecológica".

sexta-feira, 7 de março de 2014

RÁDIO KIRIRI RETOMA ATIVIDADES COM OFICINAS NA ALDEIA MIRANDELA


O I Ciclo de Oficinas do Projeto Rádio Kiriri marcou a retomada das atividades da rádio indígena Kiriri FM. Ao longo dos dias de formação, que aconteceu entre 2 e 8 de março, indígenas Kiriris da Aldeia Mirandela, localizada no município de Banzaê, na Bahia, participaram de atividades formativas para a manutenção e operação da Rádio que funciona na aldeia desde 2012.

As atividades colaboraram com a retomada das transmissões da rádio que haviam sido paralisadas por motivos técnicos e operacionais. Os aparelhos de transmissão e os computadores, microfones e mesa de som passaram por manutenção corretiva e preventiva; alguns equipamentos foram substituídos, um novo computador para edição foi instalado e a rádio voltou a ocupar a faixa da frequência, para alegria dos indígenas que estavam sentindo muita falta da "rádio dos índios", como também é conhecida na região.

Para seu Lôro, artesão indígena que vive na aldeia Mirandela, o retorno da transmissão agradou muito a todos que já estavam acostumados com a rádio. “Além das músicas que fizeram falta, sem a rádio perdemos a forma de nos comunicar com os parentes que ficam nas outras aldeias. Com a rádio é mais fácil. Se precisar dar uma notícia, avisar de uma reunião, é mais rápido que ir de casa em casa”, afirma.

Durante as atividades, uma nova forma de organização, de funcionamento e programação para rádio foi pensada, levando em consideração o período em que a rádio funcionou na aldeia, a integração de novos programadores e locutores e os novos objetivos traçados durante a reunião que discutiu a gestão da rádio, entre a equipe do projeto e as principais lideranças da Aldeia. Ficou decidido que os novos programadores terão a função de estimular ainda mais a cultura e a história indígena e da aldeia, com a inserção de programas ao vivo, produções gravadas e mais músicas indígenas.

Para isso, a equipe de programadores passou por um intensivo processo de formação para a produção de conteúdos de áudio. Com o apoio da equipe técnica do projeto, apoiado pela Assessoria de Juventude e Culturas Digitais da Secretaria de Cultura da Bahia, os indígenas conheceram e foram orientados para a utilização dos principais equipamentos de transmissão e gravação, e para o uso de Softwares Livres de edição.

Gilberto Kiriri, um dos indígenas que participou das oficinas, destaca as novidades que aprendeu. “Aprendemos a fazer vinhetas, a gravar uma entrevista, cortar o que não ficou muito bom e juntar as partes para dar sentido nas histórias. Com isso, o funcionamento da rádio vai ficar melhor. Vamos poder gravar uma propaganda, um aviso e deixar tocando automaticamente. Antes tinha que ficar falando toda hora.” Gilberto não esconde que “mexer” com a tecnologia ainda assusta, principalmente para ele que tem dificuldades com a leitura. Ainda assim, faz questão de reforçar que aprendeu tudo, e que na hora de falar, “se os outros tem vergonha, pode me chamar que eu falo e o pessoal gosta muito”.

Na opinião de Ricardo, que também faz parte da equipe da Kiriri FM, as oficinas foram muito boas pois reforçaram o que ele havia aprendido nas oficinas anteriores e o que vinha praticando, depois que adquiriu um computador e instalou a internet em sua casa. “Com essas oficinas fiquei mais preparado para mexer na rádio. Já sabia gravar e colocar para tocar, mas essa parte nova da edição foi muito boa. Eu gosto de tocar e cantar e agora posso dar uma melhoradas nas minhas músicas antes de colocar na rádio”.

Por Sergio Melo, produtor e oficineiro do projeto Radio Kiriri

sábado, 1 de março de 2014

ocanossa midia



Conflitos pela demarcação da terra indígena Tupinambá_Bahia_Brasil

Cobertura do conflito pela demarcação da terra indígena Tupinambá na cidade de Buerarema, Bahia.

BA: PESSOAS SÃO COAGIDAS A FAZER CADASTRO NA FUNAI” ? REFLEXÕES SOBRE A TENDENCIOSA MATÉRIA DO JORNAL DA BAND – BANDEIRANTES E A VELHA HISTÓRIA DE CRIMINALIZAR O POVO TUPINAMBÁ

Postado em 28 fevereiro 2014.
Por Casé Angatu
A primeira consideração é que não vemos nenhum mal um veículo de comunicação assumir posição. Dizemos isto porque todo ponto de vista é um olhar parcial. Ou em outras palavras, a imparcialidade é uma impossibilidade humana. Mesmo a lei e a justiça tem sua parcialidade. Isto é, a lei é feita por homens para atender determinados interesses. Por exemplo, a defesa quase absoluta da grande propriedade privada rural feita pelas leis brasileiras.

O problema é que o Jornal da Band na matéria discutida neste texto e denominada: “BA: pessoas são coagidas a fazer cadastro na FUNAI”, bem como quase todos os veículos de comunicação, não assumi junto ao público sua parcialidade, como fazemos em nossos espaços na rede social virtual. Um bom exemplo é este nosso perfil que defende abertamente: a Demarcação Já do Território Tupinambá de Olivença (Ilhéus/Bahia) por sermos indígenas e acreditarmos na ancestralidade do Povo que reivindica seus direitos originários.

A Band, cujo nome inteiro diz muito sobre os que a constituem (Grupo Bandeirantes), tenta demonstrar que é imparcial em suas matérias e pontos de vista. Porém, neste caso particular em sua matéria jornalística joga a opinião pública contra o Povo Tupinambá e o processo de Demarcação de seu Território. O problema é que a mesma emissora não assumiu sua parcialidade como fazemos neste espaço. Esta é impressão que fica explicita na nossa leitura também parcial da citada matéria (veja o link da mesma no final deste texto).

Todo ponto de vista é uma semiologia ou semiótica sobre a realidade que se deseja retratar, como analisam Charles Peirce, Jacques Lacan, Slavoj Žižek, Noam Chomsky, Saussure, Michel Foucault, Darton, entre outros pensadores cujas linhas deste texto seriam poucas para denominá-los. Como bem analisou Hans-Georg Gadamer em seu livro “O Problema da Consciência Histórica” (FGV, 2006):

“Entendemos por consciência histórica o privilégio do homem moderno de ter plena consciência da historicidade de todo presente e da relatividade de toda opinião”

Aliás, uma discussão que já não é nova como alguns podem pensar. A semioticidade e/ou relatividade do olhar humano e de sua capacidade analítica já encontra respaldo nos filósofos pré-socráticos, isto sem considerarmos toda tradição filosófica e de sabedoria dos Povos Indígenas da Latinoamerica, Africanos, Aborígenes, Asiáticos, entre outros.

Diziam nossos ancestrais: “quem conta um conto aumenta um ponto”; “nem tudo é o que aparenta”; “nem tudo que reluz é ouro”; “acredito em tudo que vejo e no que não vejo também” …

Porém, os autores da matéria do Jornal da Band e os proprietários daquele veículo devem ter fugidos das aulas de semiótica/semiologia, filosofia, história e antropologia. Ou será que, talvez, buscam camuflar os interesses a que servem? Observem que não estamos afirmando e sim ponderando/indagando, algo que a matéria do referido jornal não faz.

Segundo o pensador francês Michel Foucault, oferecer conceitos, classificar e apresentar versões sobre as coisas, os homens e suas ações é uma forma de exercer poder. Todos nós fazemos isto, consciente ou inconscientemente, de acordo com interesses individuais e coletivos. Então perguntamos: porque não assumirmos nossas imparcialidades? Porque levarmos aos nossos leitores e/ou ouvintes à uma visão parcial como a única possível, como faz a matéria do Jornal da Band dissimulando sua ideologia e posição política?

O historiador Robert Darton contribui com nossa resposta e percepção ao analisar que “a classificação é, portanto, um exercício de poder” (DARTON, Robert. O grande massacre de gatos. Rio de Janeiro: Graal, 1986, p. 249).

O tempo todo a referida matéria denomina, adjetiva, classifica e generaliza a partir de uma única versão: a daqueles que são contrários à Demarcação do Território Tupinambá de Olivença.

Vejamos alguns trechos e nossas reflexões sobre os mesmos. Reafirmamos que são nossas e não as únicas possíveis; até porque não somos bandeirantes:

- Jornal da Band: “pessoas são coagidas a fazer cadastro na Funai”.
Perguntamos: o Jornal da Band ouviu todas as pessoas que se cadastraram? Que pessoas são estas? Mesmo existindo: formam a maioria?

- Jornal da Band: “Moradores eram recrutados para se inscreverem como se fossem índios para engrossar invasões de terra no sul da Bahia” e/ou “Centenas de moradores são coagidos a fazer cadastro na Funai (Fundação Nacional de Índios) como se fossem índios para engrossar invasões de terra no sul da Bahia.”
Questionamos: o Jornal da Band ouviu todos os moradores de Olivença cadastrados? Quais são estes moradores coagidos ao cadastramento? Mesmo existindo: formam a maioria? Os jornalistas contaram quantos eram para chegarem ao dado de centenas?

- Jornal da Band: “A área pretendida pela Funai fica numa região conhecida como Costa do Cacau e do Dendê. São terras ocupadas tradicionalmente há séculos por mestiços, descendentes de índios, brancos e negros que povoaram o Brasil desde os tempos do descobrimento.”
Analisamos: Será que os responsáveis pelo Jornal da Band leram a Constituição Brasileira e/ou ouviram falar da “Convenção n° 169 da Organização Internacional do Trabalho – OIT – Sobre Povos Indígenas e Tribais 07/06/1989”? Vale frisar que o Brasil é consignatário desta Convenção. Porém, caso os responsáveis pelo Jornal da Band não ouviram falar da mesma e/ou faltaram às aulas de antropologia e história irei ajuda-los. O texto da Convenção 169, entre outras dimensões, diz o seguinte:

“A auto identificação como indígena ou tribal deverá ser considerada um critério fundamental para a definição dos grupos aos quais se aplicam as disposições da presente Convenção.”

- Jornal da Band: “(…) mais de 100 propriedades já foram invadidas por grupos armados liderados por caciques que se dizem índios Tupinambá”; “Para aumentar o exército de invasores, os caciques fora da lei forjam cadastros de não índios.”
Discutimos: Nestas duas frases o Jornal da Band abusa então das classificações: “propriedades invadidas”; “caciques que se dizem índios Tupinambá”; “exército de invasores”; “cadastro de não índios”. Percebe-se que em nenhum momento existe a perspectiva de uma análise sobre estas denominações ou sua contextualização. Caso os jornalista do Jornal da Band morassem em Olivença e região iriam perceber (se é que não perceberam) que as mesmas são usualmente aplicadas pelos ruralistas e os contrários à demarcação. Talvez a leitura do Relatório Demarcatório da FUNAI de 2009 seria uma ótima indicação para os atores da matéria. Porém, pensamos que não adiantaria porque o filtro ideológico do jornal é claramente contra a Demarcação Territorial e para isto precisa desqualificar os indígenas Tupinambá.

- Jornal da Band: “(…) mais de 100 propriedades já foram invadidas por grupos armados liderados por caciques”; “Os conflitos aumentaram desde que uma base da Polícia Federal foi atacada no início do ano. Os índios são apontados como autores dos disparos. No início do mês, um agricultor foi morto a tiros e teve a orelha cortada. Quatro suspeitos são procurados, mas até agora ninguém foi preso.”

Pensamos: Por fim, a matéria criminaliza o Povo Tupinambá sem provas, reproduzindo as versões que estão presentes em parte da mídia local e criminal, bem como nas falas dos proprietários. Ou seja, o Jornal da Band faz acusações graves sem demonstrar provas. Perguntamos: quais as provas para estas acusações? Os caso citados foram apurados? Isto é legal?

O próprio MST, Movimento que luta pelos direitos dos trabalhadores rurais, ao tratar da morte do trabalhador rural citado na matéria em seu Manifesto de Apoio à Luta do Povo Tupinambá de 13/02/2014 salienta:

“Por estas razões o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST REPUDIA A TENTATIVA DE CRIMINALIZAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS E EXIGE A APURAÇÃO DOS FATOS QUE ENVOLVEM A MORTE DO AGRICULTOR ASSASSINADO!

- PELA UNIÃO DOS TRABALHADORES RURAIS E POVOS INDÍGENAS!

- PELA IMEDIATA OFICIALIZAÇÃO DA DEMARCAÇÃO DO TERRITÓRIO INDÍGENA TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA PELO GOVERNO FEDERAL”

Reparem também que em nenhum momento a matéria do Jornal da Band cita: os quatro indígenas mortos somente neste ano (2014); os carros incendiados da SESAI; as ameaças contra a comunidade indígena que até suspenderam as aula na Escola Indígena Tupinambá; a ocupação do exército e força de segurança nacional voltada somente para conter o Povo Indígena; as “reintegrações” de posse violentas; os quebra-quebras promovidos pelos ruralistas em Buerarema.

Perguntamos mais uma vez: será que a forma como o texto do Jornal da Band foi realizado não é uma contribuição à criminalização que vivem os Tupinambá em Olivença? O texto não contribui com a violência e descriminação contra a Comunidade Indígena local? Isto é legal? Caso sim novamente indagamos: porque então não assumem sua parcialidade? Respondemos: sempre a partir de nossa ótica, acreditamos que o jornal publicou a matéria para ajudar na (des)informação da opinião pública.

Lembramos então de algo semelhante também descrevendo os Tupinambá:

“(…) são os mais cruéis e desumanos de todos os povos americanos, não passando de uma canalha (…) Os mais dignos dentre eles não são merecedores de nenhuma confiança”. Apesar das semelhanças com o texto do Jornal da Band estes trechos foram escritos por André Thévet, frade fransciscano francês, que esteve no Brasil entre 1555-1556.

Os Tupinambá de Olivença vivenciaram e ainda vivenciam um histórico processo de criminalização e perseguições que os fizeram, por vezes, calarem-se. Quando assumiam-se como Índios e lutavam por seus direitos foram brutalmente perseguidos a exemplo do Índio Caboclo Marcelino – preso por duas vezes entre as décadas de 1930-1940. Porém, os Índios de Olivença nunca deixaram de serem Índios. A diferença é: quando reivindicam seus direitos originários ao Território Ancestral são criminalizados e preconceituados.

O que sabemos, como o próprio texto do Jornal da Band em suas entrelinhas admite, é que as terras de Olivença são “ocupadas tradicionalmente há séculos” por seus habitantes. Muitos moradores que, em grande parte, foram coagidas a se calarem em sua ancestralidade indígenas através da histórica violência.

Por isto ponderamos: não façam como os responsáveis pela matéria do Jornal da Band, leiam: o Relatório de Demarcação da FUNAI de 2009; a Convenção 169 da OIT; os artigos da Constituição Brasileira relativos aos Povos Indígenas; procurem a literatura antropológica e histórica sobre Povos Originários; leiam o Livro de Susana de Matos Veiga – “Terra Calada: os Tupinambá na Mata Atlântica do Sul da Bahia”; o livro “Índios na Visão dos Índios – Memória”; entre outros estudos valiosos, comprometidos e sérios sobre Olivença e o Povo Tupinambá de Olivença. Aqui mesmo na internet é possível encontrar entrevistas, textos e informações alternativas aos que são contrários à Demarcação do Território Tupinambá.

Pensamos: o que incomoda o Jornal da Band e os contrários à Demarcação não é o reconhecimento étnico dos moradores de Olivença como Tupinambá, mas sim o direito ao Território Ancestral.

Deste modo, seria bom que o referido Jornal assumisse sua parcialidade e posturas para que seus leitores não leiam suas matérias como “retrato fiel da realidade”. Ou seja, deixamos uma sugestão: Jornal da Band faça como nós em nossos espaços da rede social – assuma suas posições e concepções.

Afinal, perguntamos: não é por acaso que a emissora carrega em sua denominação o nome Bandeirantes? Será que como os bandeirantes dos anos de colonização o Jornal da Band deseja criminalizar e demonizar os Povos Originários para depois justificar o massacre e a invasão de suas terras? Será que a Bandeirantes segue a trilha dos bandeirantes que na falta de esmeralda caçavam os Índios? Então porque tanta agressividade na matéria contribuindo com o preconceito, ódio, criminalização e violência contra o Povo Tupinambá?

Para finalizarmos, apesar da história nunca ter fim, deixamos uma foto do Gwarini Atã Índio Caboclo Marcelino que também foi criminalizado e preso entre as décadas de 1930-1940.

O Jornal o Estado da Bahia de 06/11/1936 colocava como destaque: “Era uma vez Caboclo Marcellino”. Porém, seu espirito guerreiro permanece presente. Na foto, tirada quando ele foi preso, aparecem da direita para a esquerda os Índios: Caboclinho, Marcionillo, Marcellino, Pedro Pinto e Marcos Leite.

Assim como Marcellino e seus Parentes resistiremos e cantaremos:

“senhor presidente
estas terras nos pertencem
nelas ensanguentaram e mataram
nossos Parentes”…

Awerê!


Esta matéria foi publicada originalmente na Rede Índios on Line - www.indiosonline.net